ATA DA QUADRAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO
ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 14-05-2015.
Aos quatorze dias do mês
de maio do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto
Ferronato, Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, Jussara Cony, Kevin Krieger, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Professor Garcia, Rodrigo Maroni e Tarciso Flecha Negra. Constatada
a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio
Trogildo, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mario
Manfro, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Waldir
Canal. Foi apregoado o Ofício nº 611/15, do Prefeito, encaminhando o Projeto de
Lei do Executivo nº 012/15 (Processo nº 1177/15). A seguir, o
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Alexandre Marmett Pahim,
Vice-Presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro Secção Rio Grande do Sul
– CNAB/RS –, que discorreu sobre a abolição da escravatura. Em continuidade, nos termos do artigo 206
do Regimento, Tarciso Flecha Negra, Jussara Cony, Bernardino Vendruscolo, Airto
Ferronato e Carlos Casartelli manifestaram-se acerca do assunto tratado durante
a Tribuna Popular. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e quarenta e
sete minutos às quatorze horas e quarenta e nove minutos. Em prosseguimento,
foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo
180, § 4º, do Regimento, a tratar dos temas específicos da Semana Mundial de
Segurança no Trânsito e do Dia das Mães da Associação Cristã de Moços – ACM. A
seguir, foi iniciado o período destinado a tratar do tema Semana Mundial de
Segurança no Trânsito. Compuseram a Mesa Waldir Canal, presidindo os trabalhos,
e Diza Gonzaga, Presidenta da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga – Vida Urgente.
Após, o Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, incisos
I e II, a Diza Gonzaga, que se pronunciou sobre o tema em debate. Em
COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento,
pronunciaram-se Bernardino Vendruscolo, Rodrigo Maroni, em tempo próprio e em
tempo cedido por Guilherme Socias Villela, Dr. Thiago, em tempo próprio e em
tempo cedido por Lourdes Sprenger, Delegado Cleiton, Reginaldo Pujol e Paulinho
Motorista. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Bernardino Vendruscolo e
Mônica Leal. Os trabalhos foram suspensos das dezesseis horas e quatro minutos
às dezesseis horas e sete minutos. A seguir, foi iniciado o período destinado a
tratar do tema Dia das Mães da Associação Cristã de Moços – ACM. Compuseram a
Mesa: Jussara Cony, presidindo os trabalhos; Bernadete Franco da Cunha, 1ª
Vice-Presidenta da ACM/RS; e Ângela Aguiar, Secretária-Geral Interina da
ACM/RS. Após, o Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º,
incisos I e II, a Bernardete Franco da Cunha, que se pronunciou sobre o tema em
debate. A seguir, procedeu-se à apresentação de um número musical por alunos da
Escola ACM Vila Cruzeiro. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º,
inciso III, do Regimento, pronunciaram-se Reginaldo Pujol, Kevin Krieger, Dr.
Thiago, Paulinho Motorista e João Bosco Vaz. Na ocasião, foi realizada a
apresentação de um número musical por alunos da Escola ACM Centro. Os trabalhos
foram suspensos das dezesseis horas e cinquenta e sete minutos às dezessete
horas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Jussara Cony. A seguir,
transcorreu o período de Grande Expediente, sem pronunciamentos. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: Em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 046 e 071/15, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 143/13 e os Projetos de Lei do Executivo nos 008 e
010/15; Em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 011/15, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 068/15 e o Projeto de Resolução nº 016/15.
Durante a Sessão, foram registradas as presenças, neste Plenário, de André
Canal e de José Olmiro Oliveira Peres. Às dezessete horas e seis minutos, o
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a sessão
ordinária da próxima segunda-feira.
Os trabalhos foram presididos por Mauro Pinheiro, Waldir Canal e Jussara Cony e
secretariados por Jussara Cony. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos
à
TRIBUNA POPULAR
A Tribuna Popular de hoje terá a presença do Sr.
Alexandre Marmett Pahim, Vice-Presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro
Secção Rio Grande do Sul – CNAB/RS, que tratará do assunto relativo à abolição da escravatura. O Sr. Alexandre Marmett
Pahim está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR.
ALEXANDRE MARMETT PAHIM: Da letra do Hino à Negritude: “Sob o céu cor de
anil das Américas, hoje se ergue um soberbo perfil. É uma imagem de luz que, em
verdade, traz luz à história do negro no Brasil. Este povo, em passadas
intrépidas, entre os povos valentes, se impôs. Com a fúria dos leões,
rebentando grilhões, aos tiranos se contrapôs.”
Excelentíssimo Sr. Presidente desta Casa, Ver.
Mauro Pinheiro; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, em especial Ver. Tarciso
Flecha Negra, nosso amigo, autor da Lei do Museu do Negro de Porto Alegre;
distinto público que nos acompanha, em especial nossa Presidente do CNAB,
Josiane; funcionários da Casa, o Professor Eduardo de Oliveira foi o fundador
do Congresso Nacional
Afro-Brasileiro, poeta, lutador, primeiro Vereador negro de São Paulo, autor do
Hino à Negritude, letra e música, que foi composto quando tinha aproximadamente
16 anos, hoje oficializado em todo o País, tornou-se a Lei nº 12.981,
sancionada em 28 de maio de 2014.
Como descreve o Vice-Presidente Nacional do CNAB,
Carlos Lopes, todos o conheciam como “o professor”, o que era menos uma
designação profissional do que o reconhecimento à sabedoria que estava em sua
aura. Seu legado pertence a todos os seres humanos, em especial aos brasileiros
e, entre esses, especialmente aos negros.
Há poucas vidas de que se pode dizer como a de
Eduardo de Oliveira, que fora um triunfo completo da justiça sobre injustiça,
da generosidade sobre a mesquinharia, da ternura sobre o rancor, da felicidade
sobre o ressentimento. Em suma, uma vitória completa do amor sobre o ódio; da
bondade sobre a perversidade, do humano sobre o desumano.
Poucos de nós tiveram de lutar, como aconteceu com
ele, desde o nascimento. Com aquele jeito ao mesmo tempo doce e enérgico, que é
impossível reproduzir por escrito, ele dizia: “Eu não tenho ascendência, não
sei quem foi meu pai ou minha mãe, muito menos quem foi minha avó ou meu avô”.
O dia 13 de maio sempre foi uma das datas mais
estimadas pelo povo brasileiro, somente comparado em popularidade à da própria
independência. Certamente nós, brasileiros, temos toda razão em termos em tão
alta conta a abolição. O Brasil é, antes de tudo, um País e uma Nação
construída por todos os negros. Essa foi a base de toda a luta abolicionista,
tal como Joaquim Nabuco observou os cinco anos do dia 13 de maio de 1888: “A
raça negra nos deu um povo, o que existe até hoje, sobre o vasto território que
se chama Brasil, foi levantado ou cultivado por aquela raça”. Ela construiu o
nosso País, tudo o que significa a luta do homem com a natureza, conquista do
solo para a habitação e cultura, estradas, edifícios, canaviais e cafezais, a
casa do senhor e a senzala dos escravos, igreja e escolas, alfândegas e
correios, telégrafos e caminhos de ferro, academias e hospitais, tudo.
Absolutamente, tudo que existe no País como resultado do trabalho manual, como
emprego de capital, como acumulação de riqueza não passa de uma doação gratuita
da raça que trabalha e que faz trabalhar. A raça negra fundou, para outros, uma
pátria que ela pode, com muito mais direito, chamar de sua.
O dia 13 de maio foi a vitória da luta da qual o
Zumbi dos Palmares – assim como Tiradentes em relação à Independência – foi o
protomártir. Nenhuma parte, nenhum setor da sociedade ficou fora dela. A
cultura brasileira teve em Castro Alves o seu expoente máximo, os militares
afirmaram a consciência nacional ao recusar-se a perseguir os escravos
declarando: “Não somos capitães do mato”. A abolição superou todas as divisões
partidárias, e até mesmo étnicas de Luiz Gama e José do Patrocínio, negros e
republicanos; a André Rebouças, negro e monarquista; Silva Jardim, branco
republicano até Joaquim Nabuco, branco monarquista e filho de um senhor de
engenho.
Em suma, a Revolução Abolicionista Republicana foi
o movimento que constituiu definitivamente o povo brasileiro. Nenhum outro foi
tão importante para definir a fisionomia da nacionalidade. Nesse sentido, a
Revolução de 1930 é um desenvolvimento de 1888, 1889, de certa forma, a
retomada da Revolução Abolicionista, após a derrubada da República Oligárquica,
aspecto presente até mesmo na formação do seu líder Getúlio Vargas, filho
direto do Abolicionismo Republicano.
Certamente, o racismo existe. É ridículo quando
aqueles racistas que pretendem negar a existência do racismo por não existirem,
biológica ou geneticamente, raças humanas. Exatamente porque não existe do
ponto de vista biológico, ou geneticamente, raças humanas é que o racismo é
mais odioso, mais delirante, mais alucinado e mais fascista. Por isso mesmo merece
o tratamento devido, no plano policial, judicial e penal. Quem mais sofre
quando não se tem investimento público; quando não há geração de emprego;
quando a indústria da construção civil despede 270 mil trabalhadores de outubro
de 2014 até abril de 2015; quando há recessão; quando bilhões de reais são
pagos em juros para banqueiros, com as taxas de juros mais altas do mundo;
quando se drena o dinheiro e o patrimônio público para aventureiros; quando
riquezas naturais nossas são entregues, em uma feira indecente, a escroques
monopolistas externos; quando os próprios indivíduos, que deveriam dar o
exemplo de zelo pelo País e pela Nação, pregam, literalmente, a incapacidade de
gestão, provavelmente congênita, do povo brasileiro para administrar sua própria
Nação. O povo é dispensado, exceto em papel subalterno. É inevitável que
apareçam manifestações grosseiramente racistas.
Em nosso último Congresso Nacional Afrobrasileiro,
afirmamos que o que nos cabe é realizar o sonho de Zumbi dos Palmares e Luiz
Gama; o que nos cabe, portanto, é o Brasil, exatamente. A forma de assumir o
Brasil, como obra nossa, é defendê-la dos seus inimigos e desenvolvê-la. De
Pirajá a Monte Castelo e Montese, da Independência à República, da Revolta da
Chibata à Revolução de 1930, da luta pelo petróleo nacional às batalhas dos
dias atuais contra a alienação de tudo que é brasileiro, estivemos sempre na
primeira fila dos combatentes pela liberdade. Cabe a nós, agora, unir, outra
vez, todos os brasileiros para a vitória na luta pela independência e pelo
desenvolvimento nacional. É impossível construir uma Nação justa, sem racismo e
sem discriminação, para com todos nós, seus filhos, sem conquistar um País
independente e desenvolvido. Portanto, vamos continuar e aprofundar a nossa
obra: o Brasil. Honremos a memória de Zumbi, Luiz Gama e Eduardo de Oliveira.
Viva os integrantes da raça negra, viva o povo brasileiro! Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convido para
compor a Mesa o Sr. Alexandre
Marmett Pahim.
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, quero cumprimentar o Alexandre Pahim pela belíssima
fala. Quando buscamos o Museu do Negro é para mostrar a verdadeira história do
negro no Rio Grande do Sul e no Brasil. Sobre a Abolição da Escravatura,
entendo que esta data não deveria ser comemorada, mas destinada à reflexão
sobre a brutalidade e os atos desumanos contra o povo negro. Espero que este
triste fenômeno não se repita nunca mais contra raça alguma. Essa é a minha
luta, junto com as lideranças negras - como tu -, para buscar a história
verdadeira da raça negra. O dia 13 de maio não é para soltar foguete e nem para
ser aplaudido; o dia 13 de maio é para ser refletido. Os nossos antepassados
vieram como escravos, acorrentados nos navios negreiros, eles não pediram,
foram trazidos à força. Essa é outra página horrível da história não só do
Brasil, mas da história mundial, assim como a dos judeus. Sempre venho à
tribuna para falar sobre a minha busca pelo Museu do Negro, da Semana da
Consciência Negra, que é para ser a semana de reflexão para debater políticas
para a raça negra. Temos que começar esse grande movimento para que, no futuro,
os nossos filhos, os nossos netos tenham um mundo sem preconceito, sem racismo,
com respeito, dignidade e educação. É disso que precisamos. São seres humanos
como todos. Se nós viemos aqui como escravos, trazidos pela força e ajudamos a
construir esse gigante que se chama Brasil, por que não podemos construir
juntos, todos nós, um Brasil melhor para todo mundo? Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; em primeiro lugar eu quero
cumprimentar, em teu nome, Alexandre Marmett Pahim, que é vice-presidente do
Congresso Nacional Afro-Brasileiro, na Secção do Rio Grande do Sul, a todos os
companheiros e companheiras que estão aqui.
Eu inicio dizendo que, para esta Casa, é
fundamental, estratégico e uma honra a presença de vocês aqui com esta
temática, que é uma temática de todo o povo brasileiro. Eu te digo isto porque
quero começar, exatamente, pela minha descendência, eu sou descendente de
guaranis, a minha bisavó era guarani. Esse povo foi dizimado nesse processo
todo, os originários e aqueles que foram trazidos como escravos. Eu tenho
sempre procurado dizer que a maior riqueza da Nação brasileira são as raças que
nos conformaram. Essa é a maior riqueza: os indígenas, os negros, os brancos,
inclusive, aqueles brancos que vieram no processo de colonização.
Então, essa riqueza tem que ser preservada na
medida da dignidade desses povos, da integração desses povos e tem que ser
preservada ao lado da outra grande riqueza que é a nossa biodiversidade, e que
nós detivemos o conhecimento, principalmente, os indígenas e os negros, porque
esta Nação foi feita por essas etnias todas.
Eu acho que a escravidão continua nessa Nação,
ainda, porque ela começa pela opressão e escravidão de classe. E essa
escravidão e opressão de classe têm diferentes inserções nas nossas raças, nas
nossas etnias e diferentes inserções também nos gêneros – mulher, homem. E nós
estamos vivendo um momento muito difícil, de retrocesso em conquistas
históricas desse povo, de retrocesso por um avanço conservador e reacionário
que se manifesta, inclusive, no Congresso Nacional e que está patrocinando
ódios, talvez como nunca tenha se visto na história deste País, a não ser aquele
ódio de nós, que somos remanescentes. Então, a tua presença aqui, este momento,
o que me fazem lembrar? Zumbi e Dandara, Sepé e Jussara – o meu nome é Jussara
exatamente porque a índia Jussara era a mulher de Sepé, e a minha bisavó disse
que esse teria de ser o meu nome, porque eu era a primeira da linhagem. Então,
este momento, nesta Casa, é de resgatarmos a força do povo brasileiro pelas
etnias que conformaram, e resgatar também a história do povo negro em todas as
suas dimensões, inclusive nas crenças, nas religiosidades e na fé, das quais eu
comungo como indígena muito mais porque professo a umbanda. Então, eu creio que
seja um momento de unidade, mas é um momento também não de defensiva
estratégica, é um momento de ofensiva para nenhum direito a menos, muitos
direitos a mais, e a unidade desses povos, que são os verdadeiros construtores
deste País, para um enfrentamento da luta de classes, que se acirra, e, através
dela, as opressões vêm com mais força. Eu acho que nós temos que unificar tudo
isso, e a presença de vocês é o símbolo dessa unificação. O Ver. Tarciso foi
ótimo aqui, companheiro. Quando ele diz: “Treze de maio foi mesmo uma
abolição?”. Foi um momento de luta, sim, de negros... E aqui eu tenho que
lembrar a Chiquinha Gonzaga, o seu papel e a sua arte naquele momento. Mas eu
acho que nós temos que elevar bem alto a data de Zumbi dos Palmares, porque aí
nós estaremos dando a verdadeira dimensão da luta do povo negro. É isso o pouco
que eu quero deixar aqui neste momento. Um beijo e muito obrigada por vocês
estarem aqui.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Ontem mesmo eu falava desta tribuna que nós poderíamos dividir em dois momentos
a Abolição da Escravatura. Aquele primeiro momento, quando foi abolida a
chibata – vamos dizer assim –, e o segundo momento, que nós estamos caminhando.
Porque eu entendo que, enquanto o povo está sendo enganado pelo próprio povo,
uma grande maioria dos enganadores que estão espalhados por este Brasil, nós
estamos ainda buscando a devida liberdade de expressão, de igualdade, enfim. Eu
já disse em outras oportunidades – eu e o Ver. Tarciso já participamos aqui de
encontros tratando desse mesmo assunto –, me atrevi a dizer que muitos negros
não conhecem a importância da sua própria história na formação do Rio Grande do
Sul, que foi muito importante.
Há coisas que nós praticamos, na arte e na
culinária, que grande parte do próprio negro também não conhece. E nós
precisamos divulgar isso cada vez mais. Nós somos aqui 36 Vereadores, e temos
aqui dois Vereadores negros. Nós sabemos que temos 35% ou 40% do eleitorado é
negro. Então nós precisamos sinalizar nessa linha, porque o pessoal também tem
que se organizar. Assim como eu tenho dito aqui, muitas vezes, nos encontros
das mulheres, elas são em grande maioria. O maior número de eleitoras neste
País, no Município e no Estado são mulheres.
E nós temos aqui uma minoria de mulheres neste Legislativo. Então nós precisamos sinalizar nesse sentido para o pessoal começar a se organizar, antecipadamente, na busca da igualdade que todos nós pregamos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Sr. Alexandre,
quero dizer que lhe ouvi atentamente, pois o senhor começou falando na abolição
depois do Treze de Maio, que culminou, na parte final, dizendo da construção do
País. E quero, então, parabenizá-lo por sua exposição. E, em parabenizando e
saudando o povo negro, não podemos deixar de trazer um abraço fraterno e carinhoso
ao querido Tarciso. E dizer que a construção do País tem, sim, um grande
centro, que é a história do povo negro, que, efetivamente, contribuiu, e uma
contribuição pura e simplesmente de comando ou material,
falando financeiramente, é uma faceta desta história de construção, é a parte
mais fácil, comandar e botar dinheiro. Agora, a parte da verdadeira construção
deste País é aquela parte em que o povo mais humilde e, em essencial, o povo
negro esteve presente. Portanto, essa é uma caminhada que precisamos
reconhecer. E eu tenho acompanhado por aí e tenho visto a beleza da raça negra
no seio da humanidade. Olhemos os grandes atletas, os grandes atores, os
grandes artistas, as grandes figuras da humanidade que têm na figura do negro
seus expoentes. Nós, brasileiros, somos o brasileiro que somos pela
miscigenação de raças; portanto, o povo negro é, sim, na construção, como um
todo, a raça brasileira. Então, queremos deixar aqui um abraço, saudá-los em
meu nome, em nome do PSB, o meu partido, em nome também do Ver. Paulinho
Motorista, e dizer da importância de vocês estarem conosco nesta tarde. Um
abraço e parabéns a todos vocês. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Carlos
Casartelli está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS CASARTELLI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Sr. Alexandre, é um
prazer recebê-lo aqui para falar deste tema. De fato, a sociedade brasileira
precisa discutir este assunto para que se possa chegar a um momento em que,
realmente, nós tenhamos uma integração completa no nosso País nesta questão que
muito o País ainda tem de dívida para com a população negra e para com outras
raças também. Como a Ver.ª Jussara bem disse aqui, quando o nosso País foi achado,
entre aspas, por Portugal e pelos europeus, nós fizemos, na verdade, uma
dizimação de uma raça, dos nossos índios que aqui moravam e que eram os
verdadeiros donos desta terra. Infelizmente, eles não vieram para cá em 1.500
para construir uma nação ou para melhorar a
situação de quem se encontrava aqui; na verdade, quando da chegada dos europeus
aqui – dos portugueses no Brasil –, nós tivemos foi um grupo de pessoas que
vieram para cá para explorar o nosso País, explorar as nossas riquezas e
retornar a Portugal. Claro que, ao fim e ao cabo, esta Nação foi
construída. Com os negros que vieram da África, com outras pessoas que vieram
colonizar o nosso País mais tarde, formou-se a nação que nós temos hoje. Mas
temos uma cultura aí de 500 anos, que é de violência não apenas contra as
pessoas, mas violência contra o meio ambiente, contra a terra, e isso precisa
ser resgatado.
Eu sempre, dentre os grandes
livros que li, lembro de um livro do Darcy Ribeiro que fala do sonho de
construção de um país moreno, do nosso país moreno, porque, certamente, neste
País é difícil alguém que não tenha alguma mistura de todos os povos que
compuseram e que compõem o nosso País. Eu sonho, também, assim como Darcy
Ribeiro, com a formação do povo brasileiro como um povo miscigenado, com as
características de todos os povos que formaram a nossa população brasileira.
Claro que estamos numa situação que avançou, mas ela precisa continuar
avançando, ela precisa continuar evoluindo. Precisamos ver mais negros nas
escolas de nível superior, estar cursando faculdades; precisamos ver mais
negros na nossa sociedade, no nosso Parlamento; no Executivo, inclusive, como
gestores, como Prefeitos, como Governadores, enfim, fazendo parte na vida
nacional. Embora tenha havido uma evolução.
Estou aqui com uma foto (Mostra fotografia.) que o Ver. Tarciso Flecha Negra me mostrou. Como
não sou tão novo, conheço todos os jogadores que estão aqui do nosso grande
coirmão, da antiga Azenha, o nosso Grêmio Foot-ball Porto Alegrense. É uma foto
da década de 70, mostrando apenas um jogador negro, e nós sabemos da história
dos nossos times de futebol, na qual muitos deles não podiam ter um jogador
negro. Aqui nós temos apenas um, mas, graças a Deus, hoje nós já vemos que isso
não é mais assim. É uma evolução muito pequena ainda, acho que temos uma dívida
muito grande, temos um compromisso muito grande de fazer esse resgate. Então, é
sempre bom trazermos esses temas para a Câmara, porque aqui é um local onde
podemos fazer isso de forma adequada e continuar com essa luta, que é uma luta
de integração de todas as pessoas que formam o nosso povo brasileiro, até o
momento em que, tenho certeza, teremos um país moreno, sonhado por Darcy
Ribeiro e por tantos outros políticos, tantas outras pessoas e cidadãos do
nosso País. Parabéns e muito obrigado pela presença.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Waldir Canal assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Agradecemos a presença do Sr. Alexandre Marmett
Pahim e suspendo os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h47min.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal – às 14h49min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos às
Hoje este período é
destinado a tratar do assunto Semana Mundial de Segurança no Trânsito, trazido
pela Sra. Diza Gonzaga, que representa a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga –
Vida Urgente. A Sra. Diza Gonzaga está com a palavra.
A SRA. DIZA GONZAGA: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, estamos aqui a convite da Mesa Diretora. A
Fundação Thiago de Moraes Gonzaga representa neste ato a Organização das Nações
Unidas nesta Semana Mundial de Segurança no Trânsito. Fico muito à vontade para
falar nesta Semana Mundial, porque tive o privilégio de, a convite da
Organização Mundial de Saúde, participar da 1ª Conferência Mundial Ministerial,
que aconteceu em Moscou, em 2009. Nessa Conferência, em que 150 países se
fizeram representar por seus ministros, eu tive a honra de representar o nosso
País. Nessa Conferencia foi tirada a moção para que a década de ação pela
segurança no trânsito fosse aprovada em Assembleia Geral da ONU, algo que
aconteceu em abril de 2010. A partir daí, em 2011, iniciou-se a década de ação
pela segurança no trânsito.
Infelizmente, neste
ano de 2015 – nós estamos exatamente no meio dessa década –, o nosso País não
tem nenhum motivo para festejar esta década. Os números no Brasil são números
de guerra. Sei que nós queremos, como brasileiros, ser campeões: campeões do
futebol, campeões de natação, campeões em muitas coisas. Agora, campeões em
mortes no trânsito eu tenho certeza de que nenhum brasileiro deseja. Pois,
infelizmente, o Brasil está entre os cinco países que mais matam no trânsito, e
aqui no nosso País o trânsito ainda é a principal causa de mortes de jovens de
14 a 29 anos e a principal causa de trauma às nossas crianças de até 4 anos. O
trânsito é a doença motorizada, e, para essa doença, a vacina é a mudança de
comportamento, a conscientização acompanhada de uma fiscalização eficiente e de
uma punição exemplar. O nosso País, infelizmente, está entre os cinco mais
violentos e que mais matam, é por isso que, em novembro deste ano, nós vamos
sediar a 2ª Conferência Ministerial Global, que vai acontecer em Brasília. A
primeira foi em Moscou, justamente porque a Rússia é, no mundo, o país que mais
mata no trânsito, juntamente com Índia, China, Estados Unidos e nosso Brasil.
A questão do trânsito, mais do que uma questão de
secretarias de transporte, de polícia rodoviária, é uma questão de toda a
sociedade, e eu diria que hoje, no nosso País, é uma questão de saúde pública.
Os números no Brasil são vergonhosos. Para vocês terem uma ideia, o número de
acidentados, a cada dia, é como se um Boeing lotado caísse em terras
brasileiras, só que esses números ficam invisíveis: é numa esquina, é numa rua
de Porto Alegre, de São Leopoldo, de Recife, e, no final de um dia brasileiro,
morrem 240 pessoas, em média – é uma verdadeira chacina. Quando se fala na
guerra do trânsito, não é exagero, não; é uma guerra que não tem canhão, que
não tem fuzil, que não condecora e que não dá medalhas, mas que tem matado mais
de 50 mil brasileiros, segundo o Ministério dos Transportes. E vocês me
perdoem, mas é um número mentiroso, porque é considerado morto no trânsito quem
morre como o meu filho Thiago: no asfalto, sem chance de ir para um hospital,
sem chance de ir para um pronto-socorro. Quem morre a caminho do hospital, em
horas, dias ou até em meses em consequência de sequelas de um acidente de
trânsito, não entra nessas estatísticas. Então, nós sabemos – temos estudos
sérios, inclusive da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – que, hoje, no
nosso País, mais de 120 mil brasileiros perdem a vida. Ou seja, eu não conheço guerra tão sangrenta como essa guerra do
trânsito. Pois este é o mês do trânsito, é o mês da década mundial de segurança
no trânsito. Dia 11 de maio de 2011, iniciou-se essa década que pretende
reduzir em 50% o número de mortos no trânsito do mundo. Eu gostaria muito de
ver nossa Porto Alegre e o nosso Rio Grande mostrarem, como diz o nosso hino:
“Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra”. Quem sabe essa façanha de
reduzir em 50% o número de gaúchos que perdem a vida não seria honrar esse
nosso hino de que tanto nos orgulhamos? A Fundação Thiago Gonzaga também, no
dia 13 de maio, aniversário do meu filho Thiago, completa 19 anos de uma luta
incansável em defesa da vida. Para mim, confesso que esse tempo é muito
relativo. O meu filho viveu 18 anos e se foi há 19 anos, e aí eu vejo como o
tempo é uma ilusão: os 18 anos que meu filho viveu parece que foram meus 60,
toda minha vida, e os 19 anos que se foram, parecem meses, não sei nem dizer.
Senhores Vereadores, é importante, entre tantos assuntos dessa comunidade de
Porto Alegre que vocês representam, pensarmos na questão do trânsito não como
máquinas que circulam nas avenidas ou nas ruas de Porto Alegre, são vidas de
pedestres, esqueitistas, ciclistas, passageiros e motoristas. Acho que está na
hora de Porto Alegre e sua Câmara de Vereadores tratarem essa década de ação
com seriedade, senão vamos continuar sendo campeões no mundo, e nossa Porto
Alegre campeã em mortes, junto com as outras capitais do nosso País. Mas nem só
notícias ruins temos. Vocês devem saber que o Rio Grande do Sul é o Estado em
que as pessoas iniciam o uso do álcool mais cedo, aos 12 anos. Pois esse mesmo
Estado, segundo o Ministério da Saúde, que inicia com o uso do álcool mais
cedo, na questão de mistura de bebida e direção, dá o exemplo para o País.
Porto Alegre, a nossa Capital, é a capital que menos faz essa mistura. Ou seja,
que tem o índice mais positivo: a menor mistura, no Brasil, de álcool e direção
é em Porto Alegre. E não é milagre, não é pelo nosso bairrismo de achar que
somos inteligentes ou mais conscientes: é pelo trabalho. E, nesse sentido, sem nenhuma
modéstia, o trabalho da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, do Vida Urgente,
nesses anos, com certeza tem um papel importante para esse índice positivo.
Nas ações da Operação
Balada Segura, que na verdade nada mais é do que a operação de fiscalização da
lei, que aqui leva esse nome bonito de Balada Segura – e eu não acho que é
muito certo, não, porque a balada parece que remete a jovens, e um casal da
minha idade, 60 anos, que vai jantar fora e enche a cara de vinho está lá
fazendo bobagem também; então, não são só os baladeiros que tem que ser
fiscalizados –, a média das pessoas que são pegas nessa operação não é da
gurizada, não, é de 39 a 49 anos. Aliás, os mais resistentes às mudanças são as
pessoas mais velhas, da minha idade, Ver. Garcia, da nossa idade, de cabelos
brancos. Os jovens gaúchos são considerados, segundo estudos do Ministério da
Saúde, os mais conscientes do Brasil. É claro que aqui acontecem muitos
acidentes envolvendo jovens, ainda há muitos jovens cometendo imprudências, mas
perto do resto do Brasil eles estão com índices positivos nessa caminhada.
Eu não quero me
estender muito, mas eu gostaria de convocar os Vereadores da minha Cidade a nos
ajudarem nessa luta em defesa da vida. Eu não quero ser convidada para vir à
tribuna para dar discurso, eu quero que vocês estejam conosco, ombreando, nessa
difícil tarefa de salvar vidas. Porque é muito fácil enfileirar pessoas que a
gente atende em cadeiras de rodas depois do prejuízo acontecido. Agora, mostrar
àqueles que não embarcaram numa carona furada, àqueles que não perderam a vida
num acidente, é difícil. São indicadores quase intangíveis de quem não morreu
num acidente porque se conscientizou. Então, Vereadores, nos ajudem para que a
Fundação continue fazendo essa borboleta voar por aí e salvar muitas vidas.
Eu quero aproveitar e
entregar ao Presidente desta Casa – e todos os Vereadores vão receber também -
a Declaração para a segurança viária das crianças. A Fundação ficou
encarregada, pela ONU, de entregar essa Declaração às autoridades. Já entreguei
para o Presidente do Detran aqui do Rio Grande do Sul; para o Prefeito
Fortunati; vou fazer a entrega para o Presidente da Frente Parlamentar, o Ver.
Waldir Canal; e gostaria que cada um dos Vereadores também lesse e assinasse
essa Declaração. Na segunda-feira, estarei entregando para o nosso Governador
José Ivo Sartori, cumprindo a minha missão de entregar para as autoridades aqui
do Rio Grande do Sul. Mas mais do que uma entrega, eu queria um compromisso dos
senhores e das senhoras. Vejo muitos rostos conhecidos aqui, e muitas pessoas
que nesta caminhada, por justiça, eu tenho que nomear: Ver.ª Mônica Leal, desde
o tempo do seu pai que nos dava selos, quando a gente não usava Internet, nem e-mails – precisava-se de selinhos para
mandar as correspondências para as escolas, e não foi aquela coisa do selo que
teve, horrível, não foi –, a gente recebia este apoio e muitos outros, e a
Vereadora continua nos apoiando no seu mandato, depois do seu pai. Há outros
Vereadores também, o Maroni ainda não me apoiou, Maroni, vamos trabalhar não só
com os bichos, com os animais, as pessoas estão precisando, a gurizada está
precisando. O Ver. Professor Garcia; o Ver. Dr. Thiago, que tem esse nome, tem
que me ajudar mais Thiago; e todos os Vereadores desta Casa, por favor, esta
luta não é da Diza, não, esta luta é de todos. Porque o trânsito não escolhe
classe social, cor ou raça. Lá na Fundação, 90% do nosso trabalho é de
prevenção, é para que não tenham mais “thiagos”, é para que não tenham mais
pais e mães perdendo seus filhos nessa luta, nessa guerra infame. Mas nós temos
um trabalho que é correr atrás do prejuízo, infelizmente. Na medida em que me
expus, muitos pais começaram a nos procurar, e hoje, temos, há bastante tempo,
os grupos de apoio. Nós atendemos mais de 400 famílias, e nesses grupos tem
empregadas domésticas, tem juízas, tem donas de casa. Assim, temos ajudado
muitos pais a acelerarem o processo de aprender a conviver com essa perda. Eu
não falo em superação, porque filho não morre. A gente não supera a perda de
filho, não temos gravado no nosso DNA que essa inversão é possível. Acho que o
ser humano não tem esse registro. Então, a gente não supera; a gente tem que
aprender a conviver - com recaídas. Este mês de maio, por exemplo, é o meu mês
de recaída. Eu gostaria, se pudesse, de arrancá-lo do calendário. O Thiago
nasceu num lindo Dia das Mães de 13 de maio e se foi no dia 20 de maio, e todos
os anos há o Dia das Mães que, às vezes, cai no aniversário do Thiago, nem
sempre. Então, é o aniversário do Thiago, é o Dia das Mães, é o dia que ele se
foi. Então, é isso. Quero agradecer, desculpem a veemência, mas eu queria a
atenção dos senhores porque, de vez em quando, vocês ficam conversando, e eu
tenho ido aos colégios, às universidades, e tenho tido muita atenção. Então,
não estou acostumada a falar com alguém conversando, olhando para o lado.
Desculpem se fiz essa chamada, mas eu me sinto igual a vocês, pela idade até
mais do que muitos aqui que poderiam ser meus filhos, mas alguns de vocês poderiam
ser meus companheiros nesta caminhada. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): Convido
a Sra. Diza Gonzaga, Presidente da Fundação Vida Urgente, a compor a Mesa.
(Procede-se
à entrega da Declaração para a segurança viária das crianças.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação
de Líder, e, depois, prossegue sua manifestação em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, Sra. Diza Gonzaga, Presidente da Fundação Thiago
de Moraes Gonzaga – Vida Urgente. Esta é a primeira vez que eu tenho a
oportunidade, Sra. Diza, de cumprimentá-la em público, desta tribuna. E o faço
com veemência, por reconhecer a importância da Fundação e do seu trabalho.
Imagine, a senhora, que, hoje, ainda temos acidentes ocorrendo pela Cidade, e
se nós não tivéssemos tido, ao longo desses anos, o seu trabalho?
Eu, logo que assumi como Vereador nesta Casa,
protocolei um projeto de lei, e, na oportunidade, não fui falar com a senhora,
porque eu tinha o sentimento de que poderia constrangê-la. O meu projeto, hoje
Lei nº 10.474, revogou a Lei nº 7.969/97, a Lei nº 8.401/99 e a Lei nº
9.080/03.
Este projeto, Sra. Diza, foi construído depois de
muito debate. Eu devo ter tirado mais de 200 fotografias de caçambas ou
contêineres, como quiserem chamar. Esta lei vigora desde 2008, e, ao longo de
todo este tempo, a grande dificuldade que venho sofrendo, e não deveria ser
assim – e a senhora disse aqui que os órgãos precisam agir –, é que a EPTC peca
muito porque não fiscaliza a execução desse trabalho das caçambas.
Nós temos uma lei que diz – depois vou lhe entregar
uma cópia – que qualquer Vereador pode propor as mudanças, se houver
necessidade. Mas nós precisamos dizer, se a senhora olhar o que está escrito, o
que foi definido ao longo daquela caminhada do projeto, e eu dizia e vou
repetir: eu mesmo fiz mais de 200 fotografias por esta Cidade, mostrando as
caçambas em locais perigosos, trazendo risco de acidentes e disseminando lixo
pela Cidade.
Não há dúvidas de que esses caçambeiros também me
procuraram infinitas vezes, e eu perdi a conta das reuniões que fizemos aqui
nesta Casa atendendo às suas reivindicações, para que o Poder Público, mais
especificamente a SMAM, colaborasse no sentido de permitir que eles pudessem
ter locais para fazerem a triagem do lixo, das caliças, porque ali é para
caliça, mas vai lixo junto, o povo contribui muito para isso; e eles permanecem
ainda buscando, vamos dizer assim, que o Poder Público também colabore neste
sentido, ou seja, de permitir que, em determinadas áreas da Cidade, se possa
descarregar essas caliças e fazer a devida separação para que o trabalho deles
possa ser executado e que haja a reciclagem desses produtos.
Por outro lado, eu lhe dizia agora há pouco que,
durante a caminhada para construir esse projeto, não foi fácil, nós fizemos
muitos embates aqui nesta Casa. As pessoas precisam saber, e eu falei tanto,
tanto, agora parei um pouco, porque a gente também cansa de pegar um assunto e
ficar a vida inteira com o mesmo assunto, mas a senhora me trouxe ânimo para
voltar a bater nesta tecla. Eu acabei descobrindo que muitas dessas empresas
que trabalham com esse segmento não têm uma garagem para recolher as caçambas
vazias. Então o que fazem? Muitas, não são todas, vão descarregando pela
Cidade. Colocam as caçambas na frente de um prédio, como se alguém tivesse
contratado eles ali. E nós, cidadãos normais, enfim, passamos, a caçamba está estacionada,
pensamos que alguém contratou. Muitas dessas caçambas não foram contratadas
não! Esse pessoal tem um caminhão que circula ou fica estacionado na rua e tem
um escritório somente, não tem um depósito para as caçambas vazias! Então, essa
denúncia que eu fazia lá atrás, reavivo-a agora. Isso é verdadeiro! E também é
verdadeiro que muitas dessas empresas que exploram esse trabalho não são desta
Cidade, são da Grande Porto Alegre, e, de forma irresponsável, na madrugada,
largam suas caçambas nos locais mais impróprios ou não autorizados. Quando
amanhece, uma descarga de uma caçamba de lixo aparece em lugares diversos,
especialmente, mais aqui na Zona Sul de Porto Alegre.
Então, não há dúvida de que a EPTC precisa estar
atenta. A lei tem todo o regramento de prazo, condições de recolhimento para
não sair distribuindo lixo pela Cidade; quando a caçamba lota, tem duas horas
para recolher. “Ah, mas é difícil prevenir isso”. Só que não dá para ficar uma
caçamba cheia de lixo, jogada, estacionada na via pública, esperando o seu
recolhimento dias e dias. Não está certo isso também. Por isso – eu vou lhe
passar a cópia dessa lei que está vigorando desde 2008 –, se houver a
necessidade de modificarmos, nós poderemos fazer essa alteração, mas ela não
está sendo cumprida como deveria.
Há três ou quatro anos, Srs. Vereadores, quando
adentrei aqui no estacionamento da Câmara de Vereadores, me deparei com uma
caçamba toda irregular aqui dentro. Conseguimos, na oportunidade, que ela fosse
imediatamente recolhida. Aqui, não! Se não estão permitindo lá no passeio
público, lá onde a EPTC deveria agir, o que nós vamos fazer? Mas aqui dentro no
pátio da Câmara de Vereadores, não! Isso é uma ofensa!
Mais uma vez vou cumprimentá-la e reconhecer que
nós temos todas essas situações, hoje, de acidentes que estão ocorrendo,
imagina se não existisse a Fundação Thiago Gonzaga.
Vou citar um momento histórico aqui nesta Cidade,
quando o Secretário Vieira da Cunha era diretor do DMLU e criou a campanha
Urbano Limpeza. Todos nós lembramos do Urbano Limpeza, porque não foi uma
tempestade, que é o grande problema das campanhas de educação, das quais o povo
logo esquece. Aquele trabalho foi continuado, inteligente, tanto é que as
pessoas que estavam aqui na Capital há mais tempo, há 30 anos, lembram, até
hoje, daquele momento.
O que precisamos fazer é apoiar campanhas
educativas continuadas. E é verdade! Os nossos jovens, hoje, têm muito a
ensinar aos mais velhos. Domingo, em uma reportagem no Fantástico, em um
colégio ou algo nesse sentido, enquanto uma menina atravessava a rua, alguém
dava a orientação, e ela dizia: “Tem que olhar para os dois lados”. Eu lembrei
de 1984, quando a minha filha Andréia era pequena e nós morávamos na Rua
Orfanotrófio. Eu dizia para ela “vamos atravessar a rua, temos que olhar para
os dois lados”, e ela, que estava recém começando a falar, já dizia “olhar para
os dois lados”.
Então quero cumprimentá-la, parabéns pelo seu
trabalho, a senhora é muito importante para nós, aqui na Capital.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): A Ver.ª Mônica Leal está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, funcionários
desta Casa, pessoas que nos assistem através da TVCâmara, para eu falar sobre a
Diza Gonzaga, tenho que me concentrar para não me emocionar. Falo em nome da
Bancada do Partido Progressista, em meu nome e em nome dos Vereadores Guilherme
Socias Villela, João Carlos Nedel e Kevin Krieger. Eu, Mônica Leal, como mulher,
mãe do Felipe, que foi aluno do marido da Diza, acompanhei a trajetória dessa
família desde o início. Muitas vezes, me pego pensando de onde vem essa força
dessa mulher tão miudinha, tão pequenininha, tão biscuí, tão delicada... E é
uma leoa, é uma mulher guerreira que pensa no bem comum, nos outros.
Eu era funcionária do então Ver. Pedro Américo Leal quando a Diza e o Régis perderam o Thiago. Um dia encontrei a Diza no corredor da Câmara Municipal batendo de porta em porta procurando auxílio para levar para fora o projeto dela em situações difíceis, complicadas, sem recursos. Eu então entrei no gabinete do meu pai – nunca me esqueço –, e disse: “Tomei uma decisão!” Ousei dizer para o meu chefe, Vereador, um militar: já tenho o meu projeto, um projeto que nós vamos abraçar, o Vida Urgente, a causa da Diza! Dali em diante, nós seguimos juntas com pequenas ajudas, mas, principalmente abraçadas, acreditando que nós, mulheres que geramos a vida, não conseguimos perder essa mesma vida numa situação violenta como o trânsito, que está matando cada vez mais, nós sabemos, ou pela violência nas ruas.
Quero compartilhar com vocês dizendo que de lá para
cá, na minha vida política – e aí se vão muitos anos! –, desde 1992, quando
entrei nesta Câmara, abracei várias causas que considero importantes,
participei de campanhas, lutei por incentivos, puxei do próprio bolso,
divulguei na tribuna, na imprensa, na rádio, na TV, tudo movida pelas minhas
convicções. Algumas dessas causas me marcaram profundamente pela sua história.
Tenho plena convicção de que ficarão marcadas no meu coração de maneira muito
especial. Assim é a Fundação Thiago Gonzada, da qual a Diza é a presidente. Ela
e seus soldados, como digo, fazem um trabalho de despertar as crianças, os
jovens. Quem é mãe, quem é pai sabe daquilo que eu falo: o medo que nós temos
quando eles saem de casa; se vão voltar, com segurança, com saúde. E ali está a
Diza, que perdeu o seu bem maior, o Thiago, trabalhando por nós, lutando para
que famílias não sejam destruídas, porque quando uma mãe ou um pai perde um
filho, é uma família que fica pela metade. Certa vez, Diza, eu ouvi uma
entrevista, que foi a que mais me marcou na minha vida de jornalista, do Pedro
Simon e do Collares. A pauta da entrevista era como administrar a dor da perda
de um filho. E o Pedro Simon virou para o Collares e disse: “A dor não passa,
jamais passa, nunca deixa de ser intensa, apenas a gente administra, aprende a
administrar”. Como tu disseste aqui, “este mês eu estou pior, no mês passado
melhor, no mês que vem, quem sabe, no meio termo”.
Então, eu subo a esta tribuna não só para dar este
depoimento aos senhores e senhoras, colegas da minha vida política, mas para
dizer que aqui, nesta mesa, está sentada uma mulher que precisa do nosso apoio,
de todas as formas, não importa se menor, se maior, se falando, se ajudando. Eu
mesma já bati na porta de inúmeros empresários; nós duas, sozinhas, fomos pedir
apoio financeiro para as causas que a Diza...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. MÔNICA
LEAL: ...Para concluir, eu queria finalizar, dizendo que não
quero que Porto Alegre seja campeã das mortes no trânsito de crianças. E nós
sabemos, eu sei muito bem, tenho netas pequeninas – e hoje é o dia de buscá-las
no colégio; quando entram no carro a primeira coisa que me dizem: “Vó, bota o
cinto de segurança”.
Então, é por aí, educando, divulgando, ajudando que vamos ter menos mortes no trânsito. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra em
Comunicações.
O SR. RODRIGO
MARONI: Boa tarde, querido Presidente Waldir Canal, Ver. Casartelli; quero
fazer uma saudação também aos outros Vereadores e aos colegas funcionários da
Câmara; boa tarde minha amiga Diza Gonzaga, a qual tive oportunidade de
conhecer em uma situação absolutamente inusitada, em um bar. Não fui tratar do
assunto no aspecto político; fui até ela para fazer uma saudação ao seu esposo,
comentando que eu o conhecia. Nasci e praticamente lembro dos meus primeiros
anos de idade – eu deveria ter em torno de três ou quatro anos –, quando eu
escutava falar do Régis; o meu pai, na época, era aluno do Régis, veio a se
formar na faculdade como arquiteto depois que eu nasci. E eu lembro que eu
cresci ouvindo meu pai falar o quanto o Régis era bom professor, das suas
aulas. Isso foi por dois ou três anos até que ele passou no vestibular para,
então, cursar Arquitetura na primeira faculdade, que era a Canoenses, início da
Ulbra, lá na década de 1980. Isso foi antes da perda do Thiago. E eu fui
comentar do Régis, e, naturalmente, achei vocês muito simpáticos, e o Régis se
emocionou bastante naquela conversa. Logo em seguida, eu fui ao teu instituto
conversar contigo, te conhecer melhor, e fiquei absolutamente encantando pela
pessoa que tu és, Diza. Eu quero dizer que tu comentaste sobre os animais, tu
foste uma provocação amiga, e tu podes provocar sempre, porque eu sei que tu
gostas de mim, assim como eu gosto de ti. Desde o início do mandato – faz dois
meses que comecei –, estou tentando marcar reunião contigo, por tu estares
fazendo essa caminhada voluntária. E, sim, são prioridade para mim também os
animais, que, sem dúvida nenhuma, vêm junto às pessoas, mas os seres humanos ainda são a prioridade das prioridades.
Eu queria comentar que é muito significativo trazer
essa conversa para cá hoje, por vários significados. Primeiro, pelo papel da
mãe – neste mês se debateu a questão do Dia das Mães, a importância da mãe. E
eu acho que tu és uma das pessoas que cumpre esse papel de mãe, que exerce,
entende o papel que é o maior que se pode ter na vida. Eu comentava aqui,
algumas semanas atrás, que não tem Presidente da República, Presidente da ONU
que seja mais importante do que uma mãe. Em todas as espécies se prova isso. E
tu pegaste esse papel como teu papel prioritário, porque, na verdade, tu salvas
vidas a partir da perspectiva da mãe. No sábado, a gente fez uma discussão aqui
sobre o papel da maternagem, em se entender enquanto mãe. É uma pena não termos
conversado antes, eu poderia te trazer o material, mas vou te trazer na próxima
reunião que fizermos, que será daqui a uns dois ou três meses. E tu deixaste de
ser mãe só do Thiago e passou a ser uma mãe social, uma mãe de milhares de
jovens que, talvez, deixaram de perder a vida por conta da tua existência,
Diza.
Eu lembro muito bem daquele dia em que eu comentava “ah, eu sou professor de ioga e talvez eu vá concorrer a essa eleição” – lembra que a gente falou sobre isso? E tu comentaste comigo sobre o número de partidos que te convidavam a ser candidata. Naturalmente, hoje eu digo o que te falei aquele dia: eu não tenho dúvida nenhuma que tu te elegerias por qualquer um dos partidos, a qualquer cargo público. Porque, hoje, tu exerces um cargo maior, inclusive, do que qualquer Parlamentar, qualquer Deputado, até, talvez, mais importante do que muitos Senadores na história do Rio Grande do Sul, na história de Porto Alegre. A entidade que tu constituíste e o reconhecimento que tu tens, hoje, é muito mais político, social e humano do que, talvez, diversos governos conseguiram fazer durante os seus mandatos. Tu tens um mandato na tua mão, que é um mandato vitalício que tu constituíste. E toda a sociedade tem que reconhecer esse papel importante e a existência do Vida Urgente para o nosso Estado.
Queria também te dizer que tenho muitos amigos...
O
SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Rodrigo Maroni
prossegue a sua manifestação em Comunicações, a partir deste momento, por
cedência de tempo do Ver. Guilherme Socias Villela.
O
SR. RODRIGO MARONI: Agradeço ao meu Prefeito Villela. Ontem, eu
publiquei uma foto no Facebook com o Villela, e foto com o Villela é sempre
umas cinco vezes mais curtida do que com foto sozinho. Se coloco uma foto
sozinho, eu tenho umas 20 curtidas, com o Villela quintuplica, no mínimo. Mas
eu queria dizer para vocês que tenho vários amigos que fizeram, o Guiga, a
Camila Weinmann e
vários outros que fazem parte... Eu, inclusive, quero te garantir, Diza – já te
falei sobre isso –, que eu tenho um compromisso quando eu sair do mandato, que
talvez não vá demorar muito, porque não penso em fazer carreira política de
forma longa: eu quero ser um voluntário do Vida Urgente, já com compromisso
aqui. Inclusive, se for possível, a partir de agora, dando aula de ioga, ou de
alguma maneira, como a gente tinha comentado, já que eu não consegui a reunião
contigo em função da tua agenda, não pela minha, de tão puxado que é o teu trabalho lá. Então, já quero deixar organizada aqui a nossa agenda,
porque estou tentando marcar há dois meses.
A Borboleta, -
forma lúdica com que tu trabalhas - os grupos de teatro, os pais que reúnes lá,
tudo cria um espaço, um ambiente leve. Tu tornaste um assunto muito pesado para
ti - eu imagino o que não foi emocionalmente para ti perder um filho. Acho que
não tem... Eu comentava esses dias com um amigo meu da dificuldade de tu
separares de alguém. Eu sou canceriano; tu também és? Sou absolutamente
romântico, então, qualquer separação para mim é sempre uma tragédia. Desde a
minha primeira namorada, com 19 anos, é sempre uma choradeira, aquela coisa
assim. Mas não tem separação, não tem demissão de emprego – isso uma psicóloga
me falou, Diza – não tem nada que se compare a perder um filho, nenhum desafio,
nem passar por um câncer, nem perder, ser amputado, não há desafio como perder
um filho. E tu nos ensinaste, pegaste isso, reuniste uma situação difícil e a
tornaste lúdica com a tua força, para tratar de um assunto que deixa pessoas –
estávamos vendo dados –que não só mata, mas deixa gente amputada, mutilada. Tu
viste e estavas comentando que me acompanhas na Internet - eu te acompanho, a
gente se namora pela Internet – que eu tenho ido a locais de crianças com lesão
cerebral, crianças com câncer; a geriatrias de pessoas amputadas, pessoas que
já estão sem nenhuma perspectiva de vida algumas só respiram. Muita gente joga
a vida fora no trânsito. Tanta gente querendo viver; crianças com cinco, seis
anos batalhando. E tem gente que ainda joga a vida fora no trânsito.
O trânsito é
uma coisa que unifica, todas as pessoas de todas as classes sociais têm de
dirigir de forma adequada, e, mesmo assim, corre o risco de ter um louco que
venha por cima, de ter um acidente de trânsito fatal.
Não basta os
Governos – aqui estávamos notando as nossas estruturas, da política só pegar -
isso tem de ser uma política de dentro de casa também, de orientação de pai e
de mãe, de escola; por isso esse papel que vocês fazem é fundamental e deve ser
um objetivo de todos.
Quero te dar
parabéns, Diza, pela figura humana que te tornaste, pela referência no Estado –
eu tenho certeza que tu vais ser daquelas pessoas que vão ser lembradas daqui a
100, 200 anos – o que é muito difícil –, porque tu conseguiste reunir forças para
encampar e ser uma referência num tema que, até então, não era tratado, porque,
na década em que isso aconteceu com o Thiago, nem capacete ou cinto se usava
ainda, não se tinha nenhuma orientação de trânsito. E tu te tornaste esta
referência para o nosso Estado. Por isso, eu dizia que, se tu concorresses a
qualquer coisa, talvez te elegesses, até para um cargo no Executivo, mas não
precisas disso, pois conseguiste uma forma de fazer política que acho a mais
digna: a de forma voluntária e a do coração. Parabéns, Diza. Saiba que tens
parceiros nos Vereadores. Tu és uma referência muito forte para mim, uma das
principais. Agradeço novamente ao meu Prefeito Villela, que também está entre
as quatro ou cinco pessoas das minhas referências na política. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Registro a presença, prestigiando este evento no
período de Comunicações desta Sessão, do Sr. André Canal, Secretário Adjunto do
Idoso, e do Sr. José Olmiro Oliveira Peres, Secretário Adjunto do Turismo.
O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em
Comunicações e, depois, prossegue por cedência de tempo da Ver.ª Lourdes
Sprenger.
O SR. DR.
THIAGO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; Diza, é uma
satisfação tê-la aqui, ainda mais conversando e discutindo um tema tão
importante, não é, Ver. Márcio Bins Ely? Eu gostaria de trazer aqui um pouco do
reflexo, Diza, e da vivência que a gente tem lá no DML. Eu, agora, estou
licenciado, mas, por longos dez anos, estive, como médico legista, não só em
Porto Alegre, mas em outras cidades do Interior do Estado, Caxias e Novo
Hamburgo. Sempre, Ver. Villela, me chamaram muito a atenção algumas nuanças da
nossa legislação: a primeira que sempre me chamou a atenção é a de um caso que aconteceu
um pouco antes de eu sair de licença, bastante rumoroso aqui em Porto Alegre,
em que eu acabei atuando, de um indivíduo que, alcoolizado, bateu, na Rua
Ramiro Barcelos, e acabou matando duas pessoas, uma delas sua acompanhante no
veículo. Ele acabou sendo removido para o HPS. E lá no HPS, ele estava sondado
e tinha acesso venoso, mas por limitação legal eu não pude acessar essa urina e
esse sangue para provar a alcoolemia dele. Então, a alcoolemia acabou restando
provada, Ver. Villela, mas só em função do exame clínico. Se porventura ele não
tivesse o hálito alcoólico acentuado, se ele não tivesse realmente se
exacerbado, em estado extremamente embriagado, esse exame poderia ter sido dado
como negativo. E alguns colegas mais ortodoxos, digamos assim, quando é
possível fazer apenas parte do exame clínico e não se pode utilizar os dados
comprobatórios – exame de sangue e de urina -, atestam nos seus laudos médicos
legais como se o indivíduo não tivesse a embriaguez totalmente comprovada.
Então, essa falha na legislação federal é importante, é matéria de Código Penal
- certamente o Ver. Delegado Cleiton poderá nos ajudar nesse sentido -, essa
falha de não poder acessar, às vezes, as provas, que estão ali. Isso é
importante, principalmente para evitar a impunidade nesses casos.
Quero dizer que a minha experiência, Diza, é
alarmante no que se refere à alcoolemia. Nesse tempo de mais de dez anos de
atuação, a gente observa que mais de 80% das mortes no trânsito estão
vinculadas à questão da embriaguez. Não tem como afastar isso. Não tem como.
Pode ser o condutor do veículo que estava embriagado, ou o condutor do outro
veiculo que provocou o acidente que estava embriagado. E, sem dúvida nenhuma, o
que tu mencionaste aqui, uma falha gritante na estatística, é uma situação
evidente. Ou seja, se nós calculássemos as mortes ocorridas no caminho do
hospital e nos 40 dias de internação hospitalar, teríamos três vezes o número
de óbitos que são mostrados nas estatísticas. Realmente, só são registradas
aquelas mortes ocorridas no momento do acidente. Se nós observarmos aquelas que
ocorreram no trajeto do hospital e no próprio hospital e no próprio hospital,
podemos multiplicar esse dado por três. Quero destacar algumas coisas e também
agradecer à Ver.ª Lourdes que tem grande trabalho com os animais. Eu não
consigo dissociar isso da causa humana, principalmente porque no trabalho com
deficientes, a equoterapia é fundamental. Existem patologias e chagas, as
próprias verminoses e demais patologias que acabam afetando os humanos. Por
isso V. Exa. também nos acompanhou em parte da votação daquela situação do
transporte de animais; então, realmente eu acho que cada vez a gente vê essas
situações mais integradas, principalmente, aproveito para paralelamente dizer
isto, que as legislações devem estar mais integradas. Para isso, Diza, vou te
pedir uma ajuda, assim como estou pedindo para todos os colegas Vereadores: nós
protocolamos aqui, no mês passado, um projeto de lei em função de alguns
problemas identificados em algumas comunidades de Porto Alegre, principalmente
na comunidade da Cidade Baixa, que tem sofrido muito com a questão da
drogadição, principalmente com a questão do álcool. O consumo de bebida
alcoólica que acaba não se restringindo ao domicílio das pessoas, aos locais
próprios para isso, que são os bares e restaurantes, e acaba avançando no
passeio público e no meio da rua, a ponto de, em algumas situações, termos
muitos problemas sociais. E não são só aquelas pessoas que estão em situação de
rua, são pessoas que acabam indo para o logradouro público e abusando do uso da
bebida alcoólica. Isso acaba fazendo com que essas pessoas tomem condutas que,
se estivessem sóbrias, não as tomariam. Nós tivemos aqui na Casa relato de
síndicos de apartamentos da Cidade Baixa que todos os meses têm de repintar os
seus prédios; toda a semana ou duas a três vezes por semana eles têm no seu
prédio problemas sociais embaixo do seu prédio. Nós protocolamos aqui na Casa,
exatamente para poder começar a discutir com a sociedade, Diza, um projeto que
dispõe sobre a proibição da comercialização e do consumo de bebida alcoólica em
logradouro público, acho que nós precisamos discutir isso profundamente. Podem
dizer: “Ah, mas o Dr. Thiago está sendo talvez um pouco incisivo, radical
demais nesse sentido”, mas, Ver. Bernardino, nós precisamos enfrentar essa
temática, a sociedade tem nos trazido essa temática. E, realmente, em grande
parte do mundo, Ver.ª Lourdes, o logradouro público não é local de venda e de
consumo de bebida alcoólica, a não ser em situações excepcionais. O projeto
prevê permissão quando houver um evento do Poder Público ou de particulares com
autorização do Poder Público, do contrário, logradouro público não é local de
bebida alcoólica, não é local de venda, comercialização e uso de bebida
alcoólica – não é o local!
Cada vez mais, Diza, eu chego à conclusão – e
discutimos aqui a questão dos parques e praças, do cercamento ou não – de que a
desordem é um terreno fértil para a criminalidade, é isso que está dito, é isso
que está colocado nas nações mais avançadas do mundo, é isso que as
experiências mostram. Eu já citei, desta tribuna, vou citar de novo, uma
experiência que, para mim, foi basilar: a Universidade Stanford, nos Estados
Unidos, pegou dois veículos idênticos, Diza, colocando um no Bronx, em Nova
Iorque, e outro em Palo Alto, na Califórnia, que é uma área abastada na
Califórnia. Aí identificaram que o veículo do Bronx foi rapidamente
deteriorado, em poucas horas ficou completamente deteriorado; e o veículo de
Palo Alto permaneceu como estava. No entanto, uma semana depois de quebrarem a
primeira janela do veículo em Palo Alto, o mesmo evento aconteceu, mostrando
que a pobreza, a dificuldade financeira não é determinante, e o que é
determinante é a desordem e a falta de ação do Estado.
Então, acho que nós temos realmente que refletir
sobre isso para podermos ter um mundo com uma sociabilidade maior e um mundo em
que nós possamos viver, efetivamente, livres. Obrigado, Diza, pela tua
participação, e conto com a ajuda nesse projeto de lei, os teus aconselhamentos
e contribuições vão ser muito importantes.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, Ver. Waldir Canal; Sra. Diza Gonzaga, a vida tem me
proporcionado coisas belas. Eu sempre digo aqui que, quando rezo à noite, nunca
peço nada a Deus, somente agradeço. Neste momento em que a conheço, queria lhe
agradecer por ter adotado, de certa maneira, o Gabriel Fae e a Vitória Faé, que
são meus filhos, um de 24 e outro de 19 anos. Essa sua luta de guerreira, de
leoa – que foi transferida para as ruas – é uma luta que deveria ser de todos
nós. Na verdade, hoje é de todos nós. Essa luta não é mais só sua, essa luta é
de todo cidadão. Olhando, agora, a minha frente me deparei com várias crianças
entrando no plenário, lembrei-me de lhe dizer que nós, como cidadãos, temos que
preparar as crianças para serem cidadãos e educá-las, porque, infelizmente,
alguns não foram educados. Às vezes, não é nem reeducar, mas educar algumas
pessoas que insistem em fazer do seu veículo uma arma.
Então este, para mim, é um momento muito especial
de poder estar aqui falando para a senhora de quanto lhe admiro, de quanto
muitos pais de família lhe admiram por empunhar essa bandeira que, como eu
disse, já não é mais sua, é de todos os pais, de todo o cidadão de bem.
Temos aqui – está na lista de votação – A indicação
de um projeto para o Governo, que é o sistema do cartão do idoso especial para
semáforo inteligente. A proposta permite que o usuário do cartão – o idoso, o
deficiente, as pessoas com dificuldade de locomoção – reprograme o tempo de
sinaleira. É um projeto para que o Governo possa, no futuro, ver diminuídos os
acidentes de trânsito, com esse pequeno ato. E como o Ver. Bernardino disse –
que trouxe um projeto que já virou lei, o qual tem que ser bem fiscalizado –
cada um de nós, aqui, tem a obrigação de evitar que pessoas utilizem os seus
veículos como armas. Eu subi aqui, neste momento, mais para lhe agradecer pela
sua luta, e dizer que realmente a senhora adotou milhares e milhares de
adolescentes, mas em especial eu faço este agradecimento pelos meus filhos:
Gabriel Faé e Vitória Faé. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
estamos no dia de hoje, em Comunicações, com o tema específico da Semana
Mundial de Segurança do Trânsito. Para
tanto, recebemos uma grata visita de uma cidadã que tem sido uma vanguardeira,
num trabalho de responsabilização, especialmente, buscando uma prevenção, uma
contenção nessa área. Quero cumprimentá-la e dizer que, infelizmente, eu não
pude estar antes aqui no plenário, mas a tecnologia me permitiu que, do meu
gabinete, enquanto eu recebia algumas pessoas, pudesse ouvir os pronunciamento
que vinham ocorrendo aqui. E eu quero me solidarizar com eles, na medida em que
todos procuram contribuir para que esse objetivo, pelo qual a senhora tanto
pugna, possa ser alcançado; e evidentemente sem querer forçar nenhum
protagonismo: procuramos, de alguma forma, contribuir. O que importa é que
possamos manter, permanentemente, acesa essa chama de expectativa, de
esperança, e, através da conscientização, possamos alcançar os objetivos que se
buscam de forma tão objetiva. O Vereador, inclusive, fez referência de que nós
estamos, a meu juízo, corrigindo um projeto do Ver. Alberto Kopittke, através
de um Substitutivo, no qual nós procuramos corrigir restrições – oferecidas
pela Comissão de Constituição e Justiça – à legalidade do projeto. Obviamente
que o momento não é o mais propício para tratarmos sobre isso. O que nos traz à
tribuna é exatamente – ainda que de uma forma muito modesta – nos somar aos que
apresentaram a sua solidariedade ao seu trabalho, aos que proclamaram a sua
eficiência e aos que renovaram os seus compromissos de que, com eles, se
perfilar na busca dos objetivos. Claro que nós sabemos que nem todos os
caminhos são para todos os caminhantes, e que, para se encontrar alguns
objetivos, se pode alcançar das mais diferentes formas. Isso não implica que
nós queremos oferecer algum tipo de restrição ao trabalho que a senhora vem
desenvolvendo, muito antes pelo contrário, nós achamos que, entre os vários
méritos que o mesmo possui, um é insuperável, que é o de manter permanentemente aceso esse debate, essa luta, que pode, aqui e acolá, gerar alguma
contradição e alguma sobreposição de atitudes e atividades, mas que não permite
que se esmoreça a causa, e isso é o mais significativo. Não sei se a senhora
concorda, mas me parece que essa luta é interminável; tem que continuar sempre,
porque não faltarão aqueles que, antecipadamente, festejam a vitória que não se
alcança com facilidade. E não fará outro tanto o pessimismo de achar que a
continuação do trabalho é desnecessária, posição com a qual eu não concordo.
Então, meu abraço, minha alegria de tê-la presente aqui conosco. Meus
cumprimentos, inclusive, porque essa Sessão está sendo presidida pelo Ver.
Waldir Canal, que é, nesta Casa, um grande aliado da senhora, propugnador de
atitudes e atividades deste Legislativo que ele tem alcançado. A ambos, meus
cumprimentos e minha solidariedade. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): Obrigado, Ver. Pujol. O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra em
Comunicações.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Boa tarde, Sr.
Presidente, Ver. Waldir Canal; Sra. Diza Gonzaga, é um prazer a senhora estar
com a gente aqui; boa tarde aos demais Vereadores, ao pessoal que nos assiste
nas galerias e em casa também. Nesta Semana Mundial de Segurança no Trânsito,
eu não vou dizer que sou o camisa dez, o dono da verdade, porque, só como
motorista de ônibus, tenho 24 anos de profissão. E, em se falando do trânsito,
é um orgulho, para mim, estar frente a frente com a senhora, com seu trabalho
maravilhoso. Muitas coisas nos entristecem no dia a dia, que ocorrem, que vêm
ocorrendo e parece que vão ter um fim, mas, num outro dia, abre-se um jornal,
liga-se a TV e vêm tragédias piores, uma pior que a outra, na maioria das vezes
por ter ingerido bebida alcoólica, com certeza, a pessoa perde a consciência e o
reflexo.
Eu trabalhei durante muitos anos, tenho bastante
experiência, e sei que tudo pode acontecer em um segundo, ter reflexo para
desviar de um outro veículo, de uma pessoa, ou seja lá do que for. É tudo numa
fração de segundo. No momento em que uma pessoa ingere bebida alcoólica fica
sem reflexo, ele só senta na direção e, às vezes, não atina nem em virar a
chave para dar a partida. E a pessoa vai para o trânsito assim, colocando a
vida das pessoas, e a dele próprio, em perigo, pessoas, muitas vezes, que não
têm nada a ver com a situação. E isso é muito triste.
Nós, Vereadores, temos falado que essa situação tem
que acabar, mas parece que não acaba nunca. A cada dia que abrimos o jornal,
vemos tudo de novo, e parece que não dá em nada. A lei tem que ser mais rígida
e cumprida. Vemos que um cara bate o carro, acontece uma tragédia, e, de
repente, o cara está dirigindo novamente, rindo da situação e até continuando a
beber. Falta respeito no trânsito. Quando se pega um veículo pesado, um
caminhão, um ônibus, uma carreta, não podemos cortar a frente de um carro
pequeno, ou de uma moto, ou de uma bicicleta. O cara está ali, sem defesa.
Então, precisa haver respeito com o próximo. Por
exemplo, se tem espaço para passar um carro, não tem como passar três carros ao
mesmo tempo! Os três carros querem passar junto, porque um acha que é mais
homem do que outro! Então, temos que ceder, não podemos passar juntos, vamos
segurar.
Muitas vezes, eu estava atrasado para chegar no
Centro da Cidade, mas se tivesse um carro pequeno pedindo passagem, eu esperava,
dava passagem para aquele carro. O certo é dar o espaço, deixar passar. O
espaço não é só meu, a estrada não é só minha, e o lugar não é só meu! Não é
assim que funciona!
Não estamos aqui para julgar as pessoas, mas
estamos aqui para trocar ideias. Queremos aconselhar que as pessoas tenham mais
respeito no. Ver. Canal, se todos tiverem respeito no
trânsito, se respeitarem o espaço do outro, se não tocarem em cima do outro por
estar num carro maior, sem generalizar nenhuma profissão, poderemos ter dias
melhores, sem tragédias, sem acidentes, sem prejuízos materiais e humanos,
porque o principal é a vida humana, é o ser humano. Vamos ter respeito no
trânsito, não vamos usar o carro como uma arma, para depois não haver
arrependimento, tanto a própria família de quem esteve na tragédia, quanto a
família de quem foi atingido. Isso é muito triste para nós. Com muitos anos de
experiência na direção, é isso o que eu tenho para passar para vocês. Volto a
dizer que não sou o camisa 10, não sou o dono da verdade, mas estou aqui para
contribuir com a minha experiência, porque sei que, em um segundo, pode-se
enrolar o meio de campo.
Muito obrigado pela
sua presença, Sra. Diza. Em meu nome e em nome do Ver. Airto Ferronato, do PSB,
estaremos sempre à disposição para contribuir e ajudar. Um abraço a todos,
pessoal.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): Gostaria de
dizer, em nome da Frente Parlamentar, Sra. Diza Gonzaga, que precisamos
realmente trabalhar nas diversas frentes em benefício da segurança no trânsito.
Na Câmara de Vereadores, como a senhora pôde ver, vários Vereadores estão
engajados nesse tema.
Agradecemos
profundamente a sua presença aqui. Irei repassar este documento para o
Presidente, que me incumbiu de presidir este momento. Tenho certeza de que as
portas estão abertas e de que este microfone e esta tribuna estão à disposição
de todo o seu trabalho e de todos aqueles que defendem essa causa. Agradecemos,
então, a presença da Sra. Diza Gonzaga, Presidente da Fundação Thiago de Moraes
Gonzaga. Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h04min.)
A SRA.
PRESIDENTE (Jussara Cony – às 16h07min): Estão reabertos os trabalhos.
Hoje, ainda neste período de Comunicações, trataremos o Dia das Mães da Associação Cristã de Moços – ACM/RS. Vamos iniciar
agradecendo a presença de todos e de todas e chamando para compor a Mesa a Sra.
Bernadete Franco da Cunha, 1ª Vice-Presidente da ACM, e a Sra. Ângela Aguiar,
Secretária-Geral interina da ACM.
A Sra. Bernadete Franco da Cunha, 1ª
Vice-Presidente da ACM, está com a palavra.
A SRA.
BERNADETE FRANCO DA CUNHA: Quero saudar a Presidente da Mesa, Ver.ª Jussara
Cony; os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras; os voluntários e profissionais
da ACM, queridas mães, nossa plateia, jovens e futuras mães e crianças, é com
muita alegria que a ACM retorna a esta Casa para compartilhar com vocês o Dia
das Mães. Apesar de, na semana passada, no domingo, termos comemorado essa
data, eu gostaria de compartilhar um pouquinho da história de como nasceu o Dia
das Mães, do qual a Associação Cristã de Moços foi introdutora.
Começou nos Estados Unidos, na Filadélfia, quando
Anna Jarvis perdeu sua mãe, isso no ano de 1905. Três anos depois, ela pensou
em fazer uma homenagem, em 10 de maio de 1908, organizando uma cerimônia, na
igreja que frequentava, em honra à sua mãe e estendeu às demais mães em West
Virgínia, Estados Unidos. A comemoração foi prestada de forma delicada através de um simbolismo de dois cravos: vermelhos e brancos. O
cravo vermelho seria usado na lapela pelas pessoas cujas mães estivessem vivas;
o cravo branco seria usado na lapela pelos filhos órfãos. Para surpresa, foi
muito boa a acolhida da comunidade para essa iniciativa. Anne Jarvis quis então
que esse ato fosse reconhecido como um feriado. Depois de lutar por três anos
para oficializar a data, finalmente, em 26 de abril de 1910, o Governador de
West Virginia, William Glasscock, acrescentou o Dia das Mães no calendário de
data comemorativa daquele Estado. Em pouco tempo, outros Estados aderiram à
comemoração. Com isso, em 1914, o Presidente dos Estados Unidos, Thomas Woodrow
Wilson, formalizou a data no país, que deveria ser comemorada no segundo
domingo de maio, conforme sugestão de Anne Jarvis. Rapidamente, mais de 40
países passaram a adotar a mesma data.
No Brasil, essa
iniciativa de comemoração coube à Associação Cristã de Moços do Rio Grande do
Sul. A data foi trazida ao Brasil por Frank Long, secretário executivo da
instituição da época que veio dos Estados Unidos trabalhar no Brasil. A
primeira celebração aqui no nosso País ocorreu em 12 de maio de 1918, na cidade
de Porto Alegre. Aos poucos, a exemplo dos Estados Unidos, a festividade foi se
espalhando pelo país e também o desejo de que ela fosse reconhecida. Então, em
1932, através do Decreto nº 2.1366, o Presidente Getúlio Vargas oficializou o
feriado. Quinze anos depois, em 1947, o Dia das Mães foi incluído no calendário
oficial da Igreja Católica pelo Cardeal Arcebispo do Rio Dom Jaime de Barros.
Completamos em 2015, portanto, 97 anos de comemoração do Dia das Mães,
oficialmente, no Brasil, mais especificamente em Porto Alegre. Uma comemoração
que, há muitos anos, tradicionalmente conta com o apoio desta Casa, dos nobres
Vereadores e Vereadoras, em especial na figura do Ver. João Antonio Dib, que
foi o primeiro Vereador que teve a iniciativa de trazer esta atividade para a
Casa, quando tive a honra, na época, como Presidente da ACM, de estar aqui com
ele. E ele deixou esse legado não só para esta Casa, como também para a cidade
de Porto Alegre. E temos outros nobres Vereadores que nos deixaram muitos
legados em nível de trabalho da ACM, podemos citar o Ver. Pujol, como o Dia do
Acemista; o Ver. Kevin, quando na FASC, com um trabalho conjunto; o Ver. João Bosco.
Desculpem-me se a minha memória me trai em relação às atividades. Esta Casa é
repleta de colaboradores, de Vereadores acemistas de coração.
Então, o que desejamos? Desejamos agradecer a esta
Casa, Sra. Presidente, pelo espaço concedido anualmente à ACM do Rio Grande do
Sul para homenagearmos as mães, aqui representadas por todas as mulheres
presentes. E lembrando que a ACM tem um lema retirado da Bíblia, pelo qual ela
norteia o seu trabalho não só de inclusão social, mas também de reconhecimento
da cidadania e do ser humano como um ser completo: não há uma figura – na minha
ideia –, fora o nosso Supremo Senhor Deus, que lute mais pela humanidade do que
as mães. Elas se doam sem mensurar. Não há como mensurar a doação de uma mãe e
o amor infinito que elas têm. E esse amor elas conseguem estender à comunidade,
a outros que não são seus filhos biológicos. E esta Casa compartilha conosco
desta comemoração.
Para esta homenagem, eu gostaria de pedir que as
crianças, alunos e educandos da Associação Cristã de Moços, viessem até a
frente e agraciassem o Plenário com uma apresentação musical, para enfeitar a
nossa tarde.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Sra. Bernadete Franco da Cunha. (Palmas.)
E agora vamos receber da ACM uma homenagem, um
presente, através das crianças, que aqui estarão nos brindando com uma música,
às mães, às mulheres, aos homens, aos funcionários e às funcionárias da Casa.
Muito obrigada.
(Procede-se à apresentação do coral infantil.)
A SRA. PRESIDENTE
(Jussara Cony): Faço um agradecimento à Professora Patrícia e às
crianças da Vila Cruzeiro, que estão aqui nos fazendo esta homenagem.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
REGINALDO PUJOL: (Saúda componentes da Mesa e demais presentes.) Eu
fico muito satisfeito em poder estar no dia de hoje aqui, Bernadete,
participando deste evento. Eu pensei até que este evento não fosse ocorrer,
Ver. João Bosco Vaz, não sei se foi V. Exa. que tomou a iniciativa. É que a
gente se descuidava desse particular porque o Ver. João Dib, tradicionalmente,
ano após ano, se encarregava de organizar essa atividade especial da Câmara
Municipal de Porto Alegre. De certa forma, ao homenagear as mães no dia de
hoje, nós incluímos a ACM entre as nossas homenageadas e também o Ver. João
Dib, que cultivou essa prática salutar. E vi, agora, as crianças da Vila
Cruzeiro cantando harmonicamente, e fiquei um pouco enciumado. Por que não são
as crianças lá da Restinga, lá do Esporte Clube Cidadão? Projeto que,
orgulhosamente, eu participo desde o começo, na sua formação. A ACM tem os seus
tentáculos positivos espalhados por Porto Alegre, e aqui na rua Washington
Luiz é minha vizinha, onde os netos
dos meus amigos estão estudando, da mesma forma como os filhos, aproveitando o
bom ensino que a ACM fornece. E é onde eu espero, dentro em breve, atender a um
convite muito amável que eu recebi e me submeter, num período especial, de
ginástica orientada para ver se melhora essa minha garganta que está muito
prejudicada. Mas, afora esse lado absolutamente sentimental, quero
deixar muito claro que, pessoalmente, eu me sinto muito à vontade nesta
homenagem. Sinceramente, não acredito que a boa tradição, Ver.ª Jussara, tenha
contaminado o Dia das Mães de tal forma a ponto de nós vermos como um mero
lance comercial de empresários interessados em melhorar o seu faturamento e as
suas economias. Acho que essas homenagens assim tão simples, essas crianças lá
da Vila Cruzeiro, que estiveram aqui conosco, demonstram que mais do que
atividade comercial, mais do que a simples troca de presente que ocorre nessa
data, é um dia que, universalmente se escolheu para homenagear a mãe, e a mãe é
o principio de todas as coisas na vida. Sem a mãe não há possibilidade de
acontecer essa coisa maravilhosa que Deus nos concedeu: a vida. Então, eu,
nessa altura, não posso homenagear a minha mãe pessoalmente, porque não tenho
essa possibilidade sobre-humana de chegar até o céu e beijá-la com o respeito
que sempre fazia nesses dias, mas, com a minha parceira permanente de 40 anos,
a mãe da minha filha - que hoje me deu uma neta –, me junto nesse espírito
positivo de saudar enfaticamente essa figura especial, a figura maternal das
mulheres, que tem a graça da maternidade. E mais do que elas, aquelas que, por
uma razão qualquer não tendo essa graça, acabam assumindo a maternidade pela
adoção - e essas são mães maravilhosas, eu as conheço - têm de merecer as
nossas homenagens nessa hora. Então, parabéns a todas vocês. E aqui estou
falando, a Ver.ª Jussara Cony brinca muito comigo, porque ela tem bisneto, e eu
fico me exibindo com a neta. Eu ainda não tenho esse privilégio, queira Deus
que eu possa alcançá-lo. Então, com muito carinho, Bernadete - a nossa amizade
permite que eu te chame assim, simplesmente como minha querida amiga -, diz
para o Juarez, teu cúmplice, que eu estive aqui até com uma certa emoção em
recebê-la, a idade nos deixa meio sentimentais, nostálgicos, me emotivo em
demasia. E eu ainda sou meio infantil, bastante, para dizer que essas coisas me
tocam profundamente. Quando a gente fala em homenagear as mães, eu tenho
recordações maravilhosas da grande mãe que eu tive. Infelizmente, Deus a levou.
Para vocês, queridas, que representam a ACM, que introduziu no Brasil esta
data, que o Dib consolidou entre nós, o meu abraço, o meu beijo respeitoso e,
acima de tudo, o meu carinho. O ano que vem virão vocês de novo aqui. Obrigado!
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Jussara Cony): Agora, teremos o prazer de ouvir os alunos da Escola
ACM-Centro.
(Procede-se à apresentação musical dos alunos da
Escola ACM-Centro.)
(O Ver. Mauro Pinheiro reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra em
Comunicações.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, cumprimento a
Bernadete Franco da Cunha e a Angela Aguiar que aqui representam a ACM. Quero
dizer, Ver. Bosco, que é uma alegria e um prazer vir aqui falar desta homenagem
do Dia das Mães, principalmente pelo que a ACM faz pelas mães de Porto Alegre
durante todos os dias do ano. Em parceria com a Secretaria de Educação e a
Fundação de Assistência Social e Cidadania, 1.800 crianças e adolescentes são
atendidos diariamente pela ACM, ou seja, são 1.800 famílias que hoje têm a
tranquilidade de sair para trabalhar, retornar sabendo que seus filhos estão
muito bem servidos pelo atendimento e pelo serviço prestado pela ACM. Eu
poderia, Angela, falar tranquilamente de diversas parcerias que fizemos na Fundação,
não tenho os números aqui porque já faz algum tempo que saí da Fundação, mas
sem dúvida aumentaram, e aumentaram muito. Tem uma parceria que me lembra
bastante, que foi o atendimento à Vila Chocolatão, que era aqui ao lado da
Câmara de Vereadores, Ver. Dr. Thiago, e se mudou para a Av. Protásio Alves. Na
mudança da Vila Chocolatão, o Governo Municipal procurou fazer todo um trabalho
integrado para que quando as famílias chegassem naquele espaço já tivesse um
trabalho de educação e também se preocupou com o turno inverso escolar. A ACM
recebeu, se não me engano, quase 200 crianças e adolescentes da ex-Vila
Chocolatão, que hoje é um empreendimento praticamente no final da Av. Protásio
Alves, atendida pela ACM do Morro Santana. Eu poderia também falar do atendimento
que a ACM faz na Cruzeiro, no serviço de convivência e fortalecimento de
vínculos, no serviço de atendimento a famílias e tantos outros serviços
prestados. Sempre tive nessa entidade o maior carinho e o maior respeito. Eu e
o Ver. Bosco – que também já trabalhou muito com a ACM no programa Bonde da
Cidadania – estávamos falando que se tivéssemos todas as crianças e
adolescentes atendidos nesta Cidade, com certeza, nós não estaríamos vivendo os
momentos de insegurança que hoje a gente vive não só em Porto Alegre, Mônica,
mas também no Estado do Rio Grande do Sul e no Brasil.
Eu tenho também que fazer uma manifestação, mais do que justa, em relação ao Prefeito Fogaça e ao Prefeito Fortunati: hoje, o Município de Porto Alegre, através da Assistência Social e da Educação, na parceria com a ACM e outras entidades não governamentais, atende, no turno inverso escolar, a 45 mil crianças e adolescentes – 45 mil crianças e adolescentes! Mauro, nosso Presidente da Câmara, em 2009, a Fundação atendia em torno de 6,5 mil crianças e adolescentes no turno inverso escolar; hoje, já atendemos a mais de 15,5 mil crianças – dentro dessas 45 mil, que são a soma com a SMED. Então, é um trabalho muito bom, mas eu faço questão de salientar o trabalho que a ACM faz, que ajuda, colabora e constrói na cidade de Porto Alegre. Os exemplos estão aqui, a nossa gurizada que vem aqui, não só vem ao plenário, mas vem aqui na frente, desinibida, se apresentar para nós, porque isso é difícil para muitos que estão aqui, inclusive para nós, Vereadores; se manifestar na frente de outros é mais um ensinamento que a ACM tem dado, e eu procuro sempre participar dos cafés da manhã que a ACM faz nas prestações de contas dos recursos que recebem, onde eles são investidos, e, sem dúvida nenhuma, eles são muito bem investidos. Essa é a palavra: investimento. Essa entidade também sempre tem o bom senso de entender as dificuldades que os governos passam nas negociações dos dissídios. Isto é muito importante: que a gente sempre tenha o bom senso para poder, juntos, chegar a um denominador comum, que são as nossas crianças e adolescentes.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR.
THIAGO: Presidente Mauro Pinheiro; Sra. Vice-Presidente da ACM, Bernadete Franco
da Cunha; Sra. Secretaria-Geral, Ângela Aguiar; diferentemente do Ver. Kevin
Krieger, que trouxe aqui a relação institucional que ele sempre teve com a ACM,
e que, sem dúvida nenhuma, faz com que projetos como o Ver. Pujol nominou aqui,
um deles o projeto da Restinga, tenha todo êxito lá na quinta unidade vicinal,
venho trazer o meu depoimento pessoal. Eu entrei na ACM com 12 anos de idade,
comecei a frequentar as aulas do Professor Arthur Xavier Filho, e, sem dúvida
nenhuma, o caratê da ACM me proporcionou diversas situações muito importantes
na minha vida. Primeiro, acabou me balizando, me dando os alicerces necessários
para que eu pudesse, enfim, ter uma vida profissional e uma vida social
importante. Acabei lá aprendendo princípios importantes da persistência, da
humildade, da necessidade de auxiliar o próximo, situações que acabaram
permeando toda minha vida. A ACM me deu oportunidade de, por três
oportunidades, poder representar o caratê e o Brasil no Japão, situação que
certamente eu não teria em outra instituição. Claro que muito com apoio e ajuda
do já jornalista, naquela época, João Bosco Vaz, pois eu já ia ao programa
Encontro do Esporte. É antigo esse teu programa, hein, Bosco? O Ver. Bosco
começou muito cedo. Naquela época, a gente ia até o programa do Bosco para
obter auxílio, alguma forma de ajudar, mas a ACM foi o arcabouço, o
ancoradouro, o patamar inicial que nos deu essa oportunidade, a mim e a
diversos outros jovens e adultos. O Professor Silvano, o Professor Júlio Cunha,
o Professor Marcelo Krause, o próprio Professor Arthur, o Professor Handel
Dias, que acabou sendo o único ocidental campeão mundial de caratê, o Professor
Renê Guedes, diversas pessoas que, a partir dessa oportunidade da ACM, puderam
ter esse intercâmbio a que certamente não teriam acesso. Como eu não teria
acesso na minha vida, e que foram tão importantes. Foram seis meses vivendo no
Japão, três vezes de dois meses cada uma, que nos deram a oportunidade de
estarmos imersos numa cultura completamente diferente e entendermos algumas
coisas, Ver. Bernardino, que para o povo gaúcho e para o povo brasileiro são
difíceis de entender. Por que, por exemplo, o japonês não mexe numa carteira
que está na rua, numa bicicleta? Não é porque ele é bonzinho, é porque, segundo
a sua cultura, naquela situação, se ele fizer como a outra pessoa, vai acabar
ocorrendo contra ele.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
Vereador.) Obrigado. O ambiente está muito propício para confraternização, e eu
quero aproveitar também para cumprimentá-lo. Imagina se não fosse a ACM. Ver.
Dr. Thiago, V. Exa. realmente é alguém habilitado para falar da entidade –
queria cumprimentar aqui a família ACM –, porque passou todo esse tempo lá, na
sua infância. Fica aqui, nos bastidores, esse pedido aos colegas. Vejo que o
Dr. Thiago é tão tolerante, com certeza tem todo um trabalho feito lá na sua
juventude. Queria cumprimentá-lo por isso também.
O SR. DR.
THIAGO: Obrigado, Ver. Bernardino. Certamente, se V. Exa. fosse observar na
minha genética, na minha história familiar, ia ver que realmente eu sou uma
pessoa muito mais calma, muito mais tranquila, porque certamente pude ter esse
aparamento das arestas, Ver. Bernardino, como V. Exa. costuma dizer, essa
lapidação da pedra bruta também na ACM.
A ACM, sem dúvida nenhuma, ajudou muito na minha
formação, exatamente como a minha mãe...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para término do
pronunciamento.)
O SR. DR.
THIAGO: ...Então, fazendo esse link
com o Dia das Mães, a ACM ajudou muito na minha formação, certamente tanto
quanto a minha mãe, certamente tanto quanto a minha avó, certamente como a
minha esposa faz com os meus três filhos. E, certamente, em pouco tempo a ACM
vai ter mais três sócios, que são meus três filhos: a Maria, o João Pedro e o
João Miguel. Certamente, o João Pedro e o João Miguel, pelo menos, vão permear
dentro dessas aulas do Professor Artur.
Vida longa à ACM, parabéns pela homenagem. Acho que
não existe instituição mais própria para estar lincada ao Dia das Mães e se ter
essa tão bonita homenagem como da ACM. Parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Paulo Motorista está com a palavra em
Comunicações.
O SR. PAULINHO
MOTORISTA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sra. Bernadete e Sra. Angela, da
ACM, demais Vereadores, pessoal que nos assiste em casa, há pouco, eu estava
falando de quando eu trabalhava como motorista de ônibus, volto sempre a dizer,
que eu conheci a ACM sem ter frequentado, sem ter ido até lá, mas de as mães me
falarem, Presidente Mauro, porque elas vinham com as crianças e me perguntavam,
às vezes, até na porta do ônibus: “Passa na ACM? E eu dizia: passa sim, passa perto,
passa perto, vou lhe deixar ali. E as mães sempre me falavam muito bem da ACM,
ela me relatavam sobre as crianças que elas deixavam lá. E hoje eu percebi – eu
estava ali sentado junto com o Pujol observando – que, com certeza, para nós é
importante a presença de vocês aqui, é uma honra ter vocês aqui, e a
importância da ACM para todos nós, para as crianças, que precisam de um
tratamento desses, de uma educação dessas.
Há pouco o Ver. Kevin Krieger ainda falou que as
crianças vieram aqui desinibidas e cantaram, se apresentaram, homenagearam as
mães. Eu estava observando, e que legal ver aquela turma toda chegando ali. O
Pujol ainda falou: “Mas são bastantes crianças”, e todos ali, um ao lado do
outro, homenageando as mães. Como disse o Pujol, ele não pode homenagear a mãe
dele, como eu também não posso homenagear a minha, mas sei que, neste instante,
ela está lá sendo homenageada por essas crianças e através de vocês, tenho
certeza disso. E para nós, sempre é uma honra receber vocês. Estamos à
disposição – eu falo em meu nome do Ver. Airto Ferronato, Líder da minha
Bancada, do PSD.
Hoje foi uma alegria para nós, eu observei, desde o
início, a apresentação deles, Ver. Dr. Thiago, crianças pequenas. Nós, talvez,
naquela idade, não teríamos tido a coragem de vir aqui na frente para nos
apresentarmos para um público. E eles todos, um passando o microfone para o
outro, dois falando; aquilo ali, para mim, é como se eu estivesse assistindo a
um show. Não estou aqui fazendo graça
para ninguém, mas, com certeza, eu gosto muito de observar isso aí. Eu quero
dizer que a apresentação dessas crianças para nós é tão importante como se
fosse um show de algum artista que
viesse a se apresentar. Não são as crianças que vieram e isso passou em branco.
Eu tenho certeza, eu falo em nome de todos os Vereadores, que aqui para nós não
é assim. A gente fica feliz de poder cultivar, curtir essa apresentação deles,
que, para nós, é importante, prestando atenção sempre. E, na semana do Dia das
Mães, mesmo, com certeza, isso veio só a somar.
A gente estava falando do Ver. Dib, que sempre fez
essa homenagem, pelo qual a gente tem o maior respeito, que sempre está
presente ou está nos assistindo em casa. Vindo dele, a gente não poderia
esperar outra coisa, senão essa homenagem maravilhosa à ACM que ele faz.
Quero dizer, Sra. Bernadete e Sra. Angela, que
sempre estaremos à disposição, estamos aqui para isso, fomos eleitos para isto:
para dar o devido respeito a vocês, a essas crianças maravilhosas e à nossa
ACM. E, como falou o Ver. Dr. Thiago, vida longa para a ACM! Um abraço,
pessoal. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Presidente Mauro, Angela, Bernadete, Vereadores, Vereadoras,
funcionárias e tias da ACM, muito já se falou aqui sobre a ACM. E ser acemista
nada mais é do que o estado de espírito! E para ter esse estado de espírito tem
que ter amor no coração, vontade no coração, doação no coração, porque o
trabalho grandioso que a ACM faz no mundo todo é um trabalho exemplar de
proteção às nossas crianças e aos adolescentes.
Eu já disse várias vezes, aqui, que já fui muito
pretensioso dizendo que fora do esporte não há salvação. Mas, agora, eu adaptei
a frase: fora da ocupação, não há salvação! E quando uma instituição como a ACM
se dedica e se propõe a isso, olhamos para trás e nos damos conta de que foi a
ACM que trouxe a comemoração do Dia das Mães para cá; foi a ACM que trouxe o
basquete para cá, que trouxe o vôlei para cá, que trouxe o futebol de salão
para cá. Essa história nós devemos para a ACM.
Mas a ACM não tem só esses projetos sociais que nos
tocam muito no coração. A ACM tem um programa fantástico que é a formação de
líderes, e eu fico vendo aquele trabalho e vendo que os nossos jovens estão
sendo preparados para enfrentar a vida, aprendendo como se exerce uma
liderança. E olhem que a ACM já formou centenas de jovens, centenas, com o
Mário Baltar, com o Maurício, com o Mola, com o Caporal agora, com vocês, com o
Juarez, com toda essa gama de lideranças, cada um dando a sua contribuição para
que a ACM chegasse aonde chegou. Inclusive, nas suas academias atendendo a um
público que nem é o acemista, mas que, naquela aura tão boa, naquele espaço tão
bom, naquela tranquilidade, as pessoas acabam não só indo malhar na academia,
não só matriculando seus filhos e colocando-os na escola, mas quando conhecem
aquele bem-estar cristão que ali está, as pessoas se tornam voluntárias na ACM.
As pessoas são voluntárias! Eu sou voluntário lá! Cada vez que me chamam, eu
vou lá! Aliás, o Mola, o Marco Antônio, uma vez inventou uma ginástica no
ginásio, e botou um cara que tocava piano, e nós não sabíamos se fazíamos a
ginástica ou deitávamos para relaxar ouvindo o professor tocar piano. É
verdade, Bernadete, ou não é? Então essas inovações, essas questões que nos
tocam muito verdadeiramente têm a ACM pontuando.
Quando eu assumi como Secretário de Esportes lá em
2005, disse que iria trabalhar com as crianças e os adolescentes. E, quando
assumimos, havia seiscentas e poucas crianças nas sinaleiras. Então criei um
projeto chamado Bonde da Cidadania, que existe até hoje, que passava pelas
sinaleiras, e passa, convidando as crianças para a prática esportiva e as
levava para o banho, alimentação, esporte; os que estavam drogados não faziam
esporte. E tivemos uma dificuldade para incrementar esse projeto, porque ele
começou como um projeto experimental junto com a FASC, que era dirigida pela
Brizabel, que, aliás, muito atrapalhou o trabalho da FASC e da proteção da
criança e do adolescente. Pois ela foi à Secretaria de Esportes me dizer que a
FASC não iria fazer o Projeto Bonde da Cidadania para tirar as crianças das
ruas! E eu disse: não precisa fazer! Se tu és uma Secretária que não manda na
FASC, eu vou fazer com a ACM!
E esse projeto, hoje, ainda leva as crianças que
estão pelas ruas de Porto Alegre para a prática esportiva. Aliás, foi um
projeto que a Ver.ª Sofia foi ao Ministério Público dizer que não poderia ser
feito, porque as crianças tinham direito de ir e vir, as crianças drogadas
sendo exploradas. Atrás da árvore ou da esquina, havia o padrasto, um gigolô;
nós cuidando das crianças, o projeto teve que parar, mas a sustentação da ACM
foi o que fez vingar esse projeto e outros tantos que realizamos em parceria.
Muito obrigado. Vida longa à ACM!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecemos, Ver. João Bosco Vaz, pela presença da
ACM nesta Sessão, abrilhantando tanto nossa comemoração em homenagem às mães, bem
como pelas manifestações dos Vereadores, contando casos da ACM e deles em
particular. Isso demonstra toda a relação da ACM com a nossa cidade de Porto
Alegre. Ver.ª Jussara que iniciou presidindo esta Sessão, representando a Casa,
só temos a agradecer à Associação Cristã de Moços - ACM por esse magnífico
trabalho, feito na nossa Cidade, que continue nos ajudando. E nós, Câmara, nos
colocamos à disposição para ajudar a ACM a fazer esse belo trabalho. A Ver.ª
Jussara Cony nos informa que já foi homenageada pela ACM, como mãe da ACM.
Então nós só temos a agradecer à ACM, ao pessoal que trabalha na Casa, por esse
belo trabalho, que continue fazendo. Nós queremos sempre ser parceiro de
associações como a Associação Cristã de Moços - ACM, pelo belo trabalho que
fazem. Parabenizamos, mais uma
vez, Associação Cristã de Moços – ACM, pelo sue Dia das Mães e damos por
encerrada a presente homenagem. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h57min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 17h): Estão reabertos os trabalhos.
A Ver.ª Jussara Cony está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, depois desta Sessão
com várias homenagens, necessariamente, eu venho a esta tribuna, porque sou uma
mulher pública, exerci, durante 30 anos, uma função pública de carreira, por
concurso, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul; tive vários mandatos
como Deputada; estou no segundo mandato como Vereadora; participei de
atividades executivas, também, no Grupo Hospitalar Conceição e na Secretaria de
Meio Ambiente. Exatamente em função de notícias veiculadas sobre ação civil
pública, ajuizada pela Promotoria da Defesa e do Patrimônio Público da Capital,
deferida pela Justiça, relativa à suposta omissão de três ex-Secretários do
Meio Ambiente na nomeação de membros da Junta Superior de Julgamento de
Recursos, que resultou na indisponibilidade de bens dos ex-Secretários. A
decisão judicial foi determinada sem oitiva; e eu, que sou uma dessas
Secretárias, a última, entendo que a decisão liminar, que é fundamentada em
dois institutos jurídicos, não está contemplada, ainda, visto que não há
qualquer elemento que estabeleça um perigo de dano irreparável no processo. No
que diz respeito ao mérito, é importante registrar que eu, Jussara Rosa Cony,
ao ingressar na Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a convite do Governador
Tarso Genro, encontrei essa Secretaria completamente desestruturada. O meu
Secretário Adjunto era o Hélio Corbellini que deu continuidade ao nosso
trabalho. A Junta de Infrações Florestais bem como o seu órgão recursal, que
são de responsabilidade da Secretaria e da Brigada Militar, não estavam
cumprindo o seu dever legal em função de uma estrutura de trabalho
absolutamente deplorável. Para dar um exemplo: uma sala no subsolo, 3X3, sem
janela, num prédio condenado, absolutamente insalubre. A Junta estava lotada
nesse subsolo, sem a estrutura mínima necessária para permitir um trabalho
digno de qualidade, a ponto de não haver servidores dispostos a exercer uma
função importante naquele local de trabalho. A partir dessa primeira
constatação, como Secretária de Meio Ambiente, instalei um grupo de trabalho
para elaborar o diagnóstico pleno da condição da Junta, bem como instaurar o
processo de reestruturação na Secretaria. É importante frisar, um trabalho,
juntamente com o Hélio Corbellini, e ainda na nossa gestão. Dias depois que eu
entrei em licença para concorrer a Vereadora, por decisão do meu partido, a
Junta foi instalada num mandato gerido por nós, tendo eu como Secretária,
naquele momento em licença, mas dando continuidade com o Hélio Corbellini. A
Secretaria, diante desse quadro, tomou uma decisão: nomear uma Junta que não
teria qualquer condição de trabalho, o que seria ineficaz e obrigaria
servidores a trabalharem em local absolutamente insalubre e reestruturar um
serviço como um todo para fazer uma ação efetiva que gerasse as devidas e
corretas análises das infrações florestais do Estado do Rio Grande do Sul. É
importante afirmar que não houve nenhuma infração florestal que tenha sido
efetivada na nossa gestão e que tenha prescrito em função da falta da nomeação
da Junta. Vamos reunir os documentos todos para apresentar à Justiça, porque é
o nosso dever como cidadã. Se houve prescrições no período em que atuamos como
Secretária, as mesmas só ocorreram com processos parados em gestões anteriores
- 8o mil processos tinham naquela sala insalubre.
Por fim, cabe salientar que eu, Jussara Cony, fui
notificada do Processo e estou em fase de elaboração da nossa resposta ao
Judiciário. Não vou entrar em discussão sobre bens, até porque não os tenho.
Aliás, eu tenho um carro. Mas não é esse o fundo da questão; não é isso o que
me preocupa, o que me preocupa é que nós possamos resgatar quem realmente deu
condições para a Secretaria funcionar, em que momento histórico, e resgatar
também a justiça no patamar que ela tem que ser resgatada. E, naturalmente, vou
cumprir todos os momentos necessários, juntando elementos, documentos da
reestruturação que fizemos, não só para que a Junta pudesse funcionar, mas
também para que a Secretaria de Meio Ambiente pudesse cumprir o seu papel para
o desenvolvimento do nosso Estado.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos ao
O Ver. Nereu D’Avila, está com a
palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente. O Ver. Pablo Mendes Ribeiro
está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
1487/13 – SUBSTITUTIVO Nº 01, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que proíbe o patrocínio e a realização de
eventos esportivos ou infantis por empresas de produtos fumígenos ou de bebidas
alcoólicas no Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 143/13, de autoria do Ver. Alberto
Kopittke.
PROC.
Nº 0481/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 046/15, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
inclui a efeméride Julho Amarelo no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de
2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de
Porto Alegre –, e alterações posteriores no mês de julho.
PROC.
Nº 00811/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/15, de autoria do Ver. Engº Comassetto, que
inclui a efeméride Dia Municipal de Celíaco no Anexo da Lei nº 10.904 –
Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto
Alegre –, de 31 de maio de 2010, e alterações posteriores, no dia 13 de
setembro.
PROC.
Nº 1016/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/15, que autoriza a desafetação de bens
públicos municipais de uso comum e a doação ao Departamento Municipal de
Habitação (Demhab) dos imóveis que nomina, para fins de regularização fundiária
das Vilas Minuano, David Canabarro, Recreio da Divisa e Mato Sampaio.
PROC.
Nº 1106/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/15, que autoriza o Poder Executivo a
contratar operação de crédito externo no valor de até U$ 80.800.000,00 (oitenta
milhões e oitocentos mil dólares) com o Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID).
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0795/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 068/15, de autoria do Ver. Professor Garcia, que
denomina Rua Odila Bugança o logradouro não cadastrado conhecido como Rua R –
Vila do Sargento –, localizado no Bairro Serraria.
PROC.
Nº 00980/15 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/15, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que concede o Diploma
Honra ao Mérito à Associação dos Delegados de Polícia do RGS – Asdep.
PROC.
Nº 1093/15 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 011/15, que dispõe sobre o Plano de Mobilidade
Urbana do Município de Porto Alegre.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não há nenhum Vereador inscrito. Está encerrado o
período de Pauta.
Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h06min.)
* * * * *